domingo, junio 17, 2007

El Español y yo

Prazeroso é meu contato com esse idioma. Placentero, mejor dicho. Prazeroso soa forte, o “r” o “z” fazem dessa palavra algo pesado. A primeira palavra em espanhol que vi foi “MOSCÚ”. Está escrito errado, disse a meu irmão Edu, recém chegado da ex-URSS. Está escrito em espanhol, falou. Ah. Moscú. Dei risada. mosCÚ. E como todos falam que “minha vida parece uma novela”, sinto-me no direito de dizer o mesmo. Trás a descoberta de meu sangue paraguaio, fui tocada pelo interesse de conhecer o idioma. Na época, pasmem, comecei escutando Ricky Martin...ai. O passado me condena. Mas era a única coisa que se vendia por esses lados. Aos poucos fui estudando, indo a terras guaranis, platinas e à terra de Neruda, de quem li, inclusive, a primeira poesia na vida. E não precisei cruzar o Atlântico para chegar em Brecht.
Na adolescência esses nomes pareciam diferentes e interessantes. Andava eu com a camiseta do Che – sem saber exatamente quem era ou o quê havia feito – além da camiseta do “Jack Daniels” pensando ser um cantor de rock. Em minha primeira viagem ao Paraguai, aluguei minha irmã, me ensina como se fala. O som. A pronúncia. AH, bate-papo na internet. Aprendi muito nas salas internacionales, ou nas salas da Argentina, Peru, Espanha. Então me deparei com algo assustador: todos tinham seus modismos, gírias específicas. Para piorar, eu dizia “tú”, me chamavam de “vos”. Ai ai. Eu escrevia “son” e eu lia “sois”.
O idioma foi se cristalizando a partir da Literatura. Meu foco passou a ser os livros e um bom dicionário. A cada viagem, músicos fantásticos. A cada nova amizade, mais me sentia confortável com o idioma. Deixei, por sorte, de ouvir Ricky Martin, e consegui Silvio Rodrigues, Pablo Milanês, Joe Vasconcellos ( por meio de meu amigo chileno Pablo), La Barranca, Maná, ( meu amigo mexicano Javier), Arteciopelados ( hermosa Solange semi-colombiana ), Calamaro, Fito Paez, Orishas, Estopa, Manu Chao, flamencos, tangos, guarânias... ( por minhas curiosidades ). Borges, Isabell Allende, Neruda, Reynado Arenas, Octavio Paz. Tudo em espanhol.
O falar possibilitou-me errar, aprender, reaprender, domesticar a língua. Vivenciar o idioma é essencial. Estudar a gramática culta passou então a ser o objetivo. Já vivenciava o vocabulário, a leitura, a fala, e me dediquei à escrita. Cartas e cartas. Correspondências com meus amigos da internet, com minha família. Gosto e deleite. Cada vez que estudava o espanhol, mais aprendia o português! Importante é saber o funcionamento gramatical de nossa língua mãe para o aprendizado da segunda língua.
Al fin y al cabo, o interesse pelo idioma é incentivado pelo meu interesse em saber quem sou, quem faz parte do time de meu código genético. Talvez estudar o espanhol tenha me motivado a descobrir aquilo de que gosto; fez reconhecer-me a mim, a minha família, a América Latina.

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