martes, noviembre 07, 2006

Um Indeterminado


Mostra de fotografia de um artista contemporâneo, Fraipont. Com uma lanterna, imprime luz em suas fotografias. Faz uma série de trabalhos, tendo como ambiente a praia e as estrelas. A exposição ocupa o subsolo do Centro Cultural Banco do Brasil, local agora dedicado a novos artistas e novas propostas.
O visitante também pode montar sua própria curadoria com as fotografias imantadas de Fraipont. Das muitas reproduções, pode-se escolher algumas e gruda-las na parede do cofre e depois, para quem queira, fotografar a composição feita.

Foi muito apropriada a escolha das obras dentro do subsolo do Banco, onde antigamente funcionava o cofre. No local escondido, entranha do centro cultural, o reluzente das fotos rompe a escuridão do ambiente. Gosto desses feixes de luzes. O corpo brilhante se confunde com as estrelas impressas nas fotografias. Os auto-retratos luminosos do artista me transmitiram uma sensação de solidão, a princípio. Mas isso se desfez, porque aquele corpo fotografado é de uma autonomia e independência: parece que o mundo o contempla. Há algumas obras em que o corpo humano se transmuta para algo extraterreno no meio do breu. Veja algumas .

Quase e toda exposição de arte pode ser um grande veículo para o ensino da Língua Portuguesa, na medida em que as obras carregam um discurso, carregam narrativa e referências ligadas a linguagens diversas. Para o ensino de uma língua, não se pode limitar trabalhar com somente uma linguagem, a escrita. "Há um fotógrafo chamado Fox Talbot que intitula seu livro como O Lápis da Natureza",dá a dica Chaimovich, curador da mostra. A luz que registra um mundo. A luz como um instrumento, assim como o caneta, as teclas do computador do escritor. Imprime imagens, assim como o escritor faz. Gosto das analogias que se podem fazer a respeito das artes visuais e literatura.
ºº

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